Na ressaca das eleições e da "volta à direita"
Há mais de uma semana, estava no passeio em frente à passadeira à espera que o sinal me desse luz verde para atravessar, quando um carro engalanado com bandeiras parou junto a mim. Do altifalante, chegava Gloria, de Laura Branigan, uma canção dos anos 80, sobre alguém que é chamado a acreditar em si próprio, lutas interiores, stress, e superação pessoal, mais ou menos isso. Enquanto a canção me fazia recuar no tempo, no passeio em frente pessoas saudavam o condutor do veículo, outras gritavam Chegaaaaa! e outras ensaiavam uns movimentos de dança. A canção tomou conta da minha cabeça, andei a cantarolá-la até ser noite, sentindo certa alegria nostálgica, acompanhada por um pressentimento de que certos fantasmas do passado se fariam em breve muito presentes. Usualmente não escrevo sobre política, talvez achando que não preciso, mas a verdade é que talvez o devesse fazer. Muitas vezes uso a escrita para me ajudar a pensar melhor e nem sequer a torno pública. Há dezenas de rascunhos no bl